terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Vamos estudar juntos?
Colocar os alunos para trabalhar em grupo faz com que eles troquem informações e procedimentos para resolver problemas, facilitando o ensino e a socialização
Cinthia Rodrigues (novaescola@atleitor.com.br)
Duas, três ou quatro carteiras juntas. Alguns estudantes sentados, um ou outro em pé. Mas todos pesquisando, conversando e produzindo, anotando juntos num caderno para tentar resolver as questões que você levanta em sala de aula. Bagunça? Não. Eles estão trabalhando em grupo. Essa forma de organizar a sala de aula propicia a interação entre as crianças e faz com que elas aprendam umas com as outras.
"A troca de idéias, a tomada de posição e a argumentação ajudam na construção do conhecimento e possibilitam a cooperação para conseguir um fim comum", afirma a pedagoga Regina Célia Cazaux Haidt.
Além disso, esses momentos são ricos para que os jovens coloquem em prática algumas regras básicas de convivência - como ouvir com atenção, esperar a hora de falar e argumentar para justificar seu ponto de vista, para complementar ou tentar convencer o colega. César Coll, diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona, na Espanha, ressalta que "dispomos na atualidade de provas suficientes que permitem afirmar sem vacilações que a interação entre os alunos não pode nem deve ser considerada um fator desprezível. Ao contrário, tudo parece indicar que ela tem um papel de primeira ordem na consecução das metas educacionais".
Interação entre iguais
Os estudos mais recentes indicam que as relações do aluno com seus companheiros são decisivas para a aquisição de diversas habilidades, sem que isso comprometa a importância do professor como condutor de todo o processo de aprendizagem. Dessa forma, vai se enfraquecendo a concepção tradicional de que o ensino deve ser focado somente na relação professor/aluno, sendo o primeiro o único agente do saber e responsável pela transmissão do conhecimento. Nesse quadro, tão comum ainda nas salas de aula, a interação entre os estudantes sempre acaba em segundo plano - sendo até indesejável para o desenvolvimento do grupo e às vezes apontada como a causa do baixo rendimento. Engano. Alunos atuando em conjunto trazem ótimos resultados para todos os envolvidos. Para que o trabalho dê certo, é preciso aproveitar a heterogeneidade da turma.
Elizabete Monteiro, formadora de professores do Projeto Chapada (que se realiza em 26 municípios do interior da Bahia) e coordenadora da rede municipal de Salvador, aconselha colocar uma criança que sabe um pouco mais sobre o que está sendo estudado com outra que ainda não chegou lá. Essa maneira de organizar a classe ajuda no aprendizado e faz com que seu papel seja ainda mais importante, como orientador das equipes e como facilitador das descobertas (leia o quadro abaixo).
"A troca de idéias, a tomada de posição e a argumentação ajudam na construção do conhecimento e possibilitam a cooperação para conseguir um fim comum", afirma a pedagoga Regina Célia Cazaux Haidt.
Além disso, esses momentos são ricos para que os jovens coloquem em prática algumas regras básicas de convivência - como ouvir com atenção, esperar a hora de falar e argumentar para justificar seu ponto de vista, para complementar ou tentar convencer o colega. César Coll, diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona, na Espanha, ressalta que "dispomos na atualidade de provas suficientes que permitem afirmar sem vacilações que a interação entre os alunos não pode nem deve ser considerada um fator desprezível. Ao contrário, tudo parece indicar que ela tem um papel de primeira ordem na consecução das metas educacionais".
Interação entre iguais
Os estudos mais recentes indicam que as relações do aluno com seus companheiros são decisivas para a aquisição de diversas habilidades, sem que isso comprometa a importância do professor como condutor de todo o processo de aprendizagem. Dessa forma, vai se enfraquecendo a concepção tradicional de que o ensino deve ser focado somente na relação professor/aluno, sendo o primeiro o único agente do saber e responsável pela transmissão do conhecimento. Nesse quadro, tão comum ainda nas salas de aula, a interação entre os estudantes sempre acaba em segundo plano - sendo até indesejável para o desenvolvimento do grupo e às vezes apontada como a causa do baixo rendimento. Engano. Alunos atuando em conjunto trazem ótimos resultados para todos os envolvidos. Para que o trabalho dê certo, é preciso aproveitar a heterogeneidade da turma.
Elizabete Monteiro, formadora de professores do Projeto Chapada (que se realiza em 26 municípios do interior da Bahia) e coordenadora da rede municipal de Salvador, aconselha colocar uma criança que sabe um pouco mais sobre o que está sendo estudado com outra que ainda não chegou lá. Essa maneira de organizar a classe ajuda no aprendizado e faz com que seu papel seja ainda mais importante, como orientador das equipes e como facilitador das descobertas (leia o quadro abaixo).
DIDÁTICA Professor: o orientador
Ao organizar a turma em grupos, surgirão vários desafios para você. O primeiro é o planejamento de todas as atividades, escolhendo bem as equipes tendo em vista o aprendizado de todos. Deixe bem claro o que espera que eles façam para que atuem com mais segurança. Depois disso, alguns procedimentos poderão ajudar para o sucesso da atividade:
Ao organizar a turma em grupos, surgirão vários desafios para você. O primeiro é o planejamento de todas as atividades, escolhendo bem as equipes tendo em vista o aprendizado de todos. Deixe bem claro o que espera que eles façam para que atuem com mais segurança. Depois disso, alguns procedimentos poderão ajudar para o sucesso da atividade:
- Distribua todo o material necessário.
- Antecipe as possíveis dificuldades que eles enfrentarão.
- Durante a atividade, dê apoio aos grupos conforme a necessidade de cada um, atendendo especialmente os que ainda não têm autonomia para trabalhar sozinho.
- Sempre que preciso, acrescente alguma informação, esclareça dúvidas ou proponha diferentes reflexões e caminhos para a realização da atividade.
- Prepare atividades extras, de diferentes níveis de dificuldade. Elas serão úteis no caso de as tarefas propostas inicialmente serem fáceis demais ou muito difíceis e também para sugerir às equipes que trabalhem mais rápido.
- No caso das equipes mais lentas, considere a possibilidade de passar mais tempo com elas para fazer as intervenções necessárias.
- Se perceber que uma equipe não está rendendo, detecte o que está atrapalhando o desenvolvimento.
Trabalho em duplas
As vantagens dos grupos menores:
- Mais tempo para refletir e propor soluções.
- Maior possibilidade de troca com o parceiro.
- Chance para os mais tímidos também se expressarem.
As vantagens dos grupos menores:
- Mais tempo para refletir e propor soluções.
- Maior possibilidade de troca com o parceiro.
- Chance para os mais tímidos também se expressarem.
Os estudantes podem ser reunidos em duplas, trios e quartetos. "Não há regras que relacionem o número dos participantes com a idade. Criou-se o mito de que os pequenos da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental devem interagir em menor número para que o controle sobre eles seja maior. Isso não tem fundamento. O importante é juntar quem sabe com quem ainda está aprendendo", diz Ana Luiza Carvalho da Rocha, antropóloga e pesquisadora do Grupo de Estudos sobre Educação,Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa).
O trabalho em duplas permite que os participantes reflitam sobre a atividade proposta, com mais oportunidades de fazer deduções e de expô-las, trocando com o parceiro diferentes maneiras de resolver a questão. As formações maiores, como em trio ou quarteto, devem ser sugeridas quando já houve a possibilidade de diálogo anterior, pois nesses casos o tempo precisa ser dividido entre todos e há o risco de que um estudante participe menos do que os colegas. Por outro lado, as formações maiores mostram-se mais produtivas em certas atividades, como na criação de uma história coletiva, em que cada um contribui com a elaboração de um personagem. Com três, quatro ou mais membros, é possível orientá-los a escolher um coordenador e dividir as tarefas desde que a participação em todas as etapas seja efetiva.
Marly de Souza Barbosa, professora da 2ª série da EM Antônio Carlos de Andrada e Silva, em São Paulo, seguiu essa orientação e conseguiu bons resultados. Para que a turma aprendesse o valor posicional dos números, ela propôs que todos pensassem como transformar 85 em 5. "Em duplas, no início da atividade, cada aluno teve a oportunidade de explicar para o amigo como achava que deveria proceder. Aí o colega vai agregando outras informações e eles discutem várias hipóteses", diz Marly. Essa organização durou 20 minutos. Depois, foi a vez de juntá-los em quartetos e ampliar a discussão. Com isso, aumentaram as chances de chegar ao resultado esperado, pois cada um teve a oportunidade de saber como os outros pensaram para resolver a questão.No fim, a professora abriu os grupos para a discussão coletiva e analisou os procedimentos que surgiram, perguntando o porquê das escolhas até o esclarecimento final e definindo quais as mais eficientes para chegar ao resultado. Essa parte da atividade é chamada de socialização do saber.
Aprender a conviver
Com um bom planejamento, problemas de afinidade dificilmente aparecerão nos grupos. Mas é bom preparar-se porque eles podem ocorrer. O mais comum é alguém reclamar que o colega é demorado para realizar as tarefas. Você pode resolver essas situações explicando que cada um tem uma maneira de proceder e que o respeito ao ritmo do outro é importante. Evite mudar a formação previamente elaborada. Afinal, a escola também é lugar de aprender a conviver e a considerar as diferenças.
Trabalho em quarteto O trabalho em duplas permite que os participantes reflitam sobre a atividade proposta, com mais oportunidades de fazer deduções e de expô-las, trocando com o parceiro diferentes maneiras de resolver a questão. As formações maiores, como em trio ou quarteto, devem ser sugeridas quando já houve a possibilidade de diálogo anterior, pois nesses casos o tempo precisa ser dividido entre todos e há o risco de que um estudante participe menos do que os colegas. Por outro lado, as formações maiores mostram-se mais produtivas em certas atividades, como na criação de uma história coletiva, em que cada um contribui com a elaboração de um personagem. Com três, quatro ou mais membros, é possível orientá-los a escolher um coordenador e dividir as tarefas desde que a participação em todas as etapas seja efetiva.
Marly de Souza Barbosa, professora da 2ª série da EM Antônio Carlos de Andrada e Silva, em São Paulo, seguiu essa orientação e conseguiu bons resultados. Para que a turma aprendesse o valor posicional dos números, ela propôs que todos pensassem como transformar 85 em 5. "Em duplas, no início da atividade, cada aluno teve a oportunidade de explicar para o amigo como achava que deveria proceder. Aí o colega vai agregando outras informações e eles discutem várias hipóteses", diz Marly. Essa organização durou 20 minutos. Depois, foi a vez de juntá-los em quartetos e ampliar a discussão. Com isso, aumentaram as chances de chegar ao resultado esperado, pois cada um teve a oportunidade de saber como os outros pensaram para resolver a questão.No fim, a professora abriu os grupos para a discussão coletiva e analisou os procedimentos que surgiram, perguntando o porquê das escolhas até o esclarecimento final e definindo quais as mais eficientes para chegar ao resultado. Essa parte da atividade é chamada de socialização do saber.
Aprender a conviver
Com um bom planejamento, problemas de afinidade dificilmente aparecerão nos grupos. Mas é bom preparar-se porque eles podem ocorrer. O mais comum é alguém reclamar que o colega é demorado para realizar as tarefas. Você pode resolver essas situações explicando que cada um tem uma maneira de proceder e que o respeito ao ritmo do outro é importante. Evite mudar a formação previamente elaborada. Afinal, a escola também é lugar de aprender a conviver e a considerar as diferenças.
As vantagens dos grupos maiores:
- Formação mais heterogênea.
- Divisão de funções e do trabalho, podendo haver o rodízio entre os participantes.
- Mais hipóteses são levantadas, o que amplia o leque de discussões.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O novo perfil do professor: Diferentes demandas se apresentam hoje como essenciais para quem está à frente de uma sala de aula.
Em 2008, a consultoria norteamericana McKinsey elaborou um estudo compilando o que os países com melhor desempenho em Educação fazem para atingir a excelência. Selecionar os melhores professores está entre as conclusões do trabalho, medida que começa a ser levada a sério pelo Brasil. Para estabelecer parâmetros de qualidade na hora de escolher quem vai lecionar para nossas crianças, o Governo Federal está criando o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deve, em 2011, servir de referência para a contratação na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental em todo o país.
O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21, ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram. Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).
De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.
Essa nova configuração no perfil profissional está embasada em medidas governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do professor era passar o conhecimento aos alunos. Jean Piaget, Lev Vygotsky e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP).
Tudo isso, é claro, porque os alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas. Confira as histórias de seis professores que estão firmes nesse caminho.
O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21, ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram. Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).
De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.
Essa nova configuração no perfil profissional está embasada em medidas governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do professor era passar o conhecimento aos alunos. Jean Piaget, Lev Vygotsky e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP).
Tudo isso, é claro, porque os alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas. Confira as histórias de seis professores que estão firmes nesse caminho.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Projeto Arte na Praça
“PROJETO ARTE NA PRAÇA”
Neste domingo, 21 de novembro, alunas do curso de Pedagogia-FAIP estiveram na Praça Santa Antonieta para a orientação do desenvolvimento e aprendizagem de crianças residente no bairro citado.
Por meio de atividades lúdicas, tais como, pintura, desenho, massa de modelar, montagem de quebra-cabeça, dominó, leitura, entre outros, as alunas proporcionaram uma manhã de alegria e aproximação com a comunidade local.
Embasamento teórico
Sabe-se que as atividades lúdicas permeiam o universo da criança (FONSECA, 1981; AUFRAVE, 1987; KISHIMOTO, 1994; BROUGÈRE, 1998; CARVALHO, 1998; ELKONIN, 1998; LORENZINI, 2002). A criança desenvolve-se por meio dos jogos e das brincadeiras, desempenha papéis que não são possíveis para sua idade, exercita a imaginação, a memória e a concentração, explora objetos e constrói sua imagem corporal , enfim, aprende como funciona o mundo, podendo agir nele e construindo seu conhecimento. É fascinante observar uma criança brincado e desenvolvendo-se.
Os jogos e brincadeiras são recursos e atividades de ensino eficazes para a aprendizagem, porque o brincar faz parte da existência humana. A criança desde que nasce, está inserida num contexto cultural e a brincadeira faz parte desse contexto
A criança brinca e para ela isso faz sentido, com a brincadeira ela pode fazer-de-conta (brincadeira simbólica como define PIAGET) e preparar-se para os mais variados papéis sociais.
Desse modo, os jogos não correspondem somente ao uso e a manifestação lúdica, mas representam aspectos da vida social (BROUGÈRE, 1997), mostrando que as brincadeiras infantis e os jogos de regras fazem a criança submeter-se a uma forma coletiva de atividade, preparando-a para sua ação futura na sociedade (VYGOTSKY,1994).
Na brincadeira, a realidade interna da criança é predominante sobre a externa, ao brincar livremente, ela mostra sua satisfação por meio de risos, beneficiando o desenvolvimento corporal, social e moral dela própria; na atividade recreativa, livre de pressões reais, leva a criança a buscar novas soluções ou novos caminhos; tornando-a mais flexível e fortalece sua autonomia, pois as crianças deve decidir sobre o desenvolvimento dos acontecimentos dos jogos ou brincadeiras (CHRISTIE, 1991)
O corpo docente e discente do curso de Pedagogia da FAIP, entendendo a importância do brincar para o desenvolvimento da criança, trouxe para a comunidade de Marília, atividades lúdicas orientadas na praça.
Participantes
Seis discentes, três docente, um funcionário do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista e crianças da comunidade mariliense.
Situação e ambiente
As atividades lúdicas foram oferecidas a comunidade na Praça Santa Antonieta da cidade de Marília com a participação dos docentes e discentes do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista, no dia 21 de novembro de 2010 a partir das 9 horas da manhã.
Materiais e equipamentos
Foram utilizados blocos de encaixe de formas e cores variadas, tintas, massa de modelar, jogos de encaixe, carrinho, casinha, telefone, dominó, tampinhas coloridas, lápis de cor, botões, livros infantis, seis mesas e dezoito cadeiras infantis e materiais de sucata.
Procedimento
Primeiramente as alunas do curso de Pedagogia montaram os núcleos de atividades que constituíram, em mesas com algumas atividades sugeridas.
Após a montagem dos núcleos, algumas crianças circulantes no local aproximaram-se e as atividades fluíram naturalmente.
Diversas atividades foram oferecidas e o evento foi um sucesso!
O Quadro 1 apresenta as atividades que foram realizadas com seus respectivos objetivos.
ATIVIDADE | Objetivo da atividade quanto ao desenvolvimento cognitvo | Objetivo da atividade quanto ao desenvolvimento motor |
-Explorar livremente os brinquedos | -Observar as crianças quanto a aspectos relacionados ao desenvolvimento cognitivo (conhecimento de cores e formas) | -Observar as crianças quanto a aspectos relacionados ao desenvolvimento motor (equilíbrio, coordenação e marcha) |
-Brincar com blocos de encaixe de formas e cores variadas | -Discriminar cores -Melhorar a atenção | -Melhorar a coordenação motora fina -Melhorar equilíbrio na posição sentado |
-Brincar com tintas | -Discriminar cores -Melhorar a atenção | -Melhorar a coordenação motora fina |
-Brincar com massa de modelar | -Discriminar cores -Melhorar a atenção | -Melhorar a coordenação motora fina |
-Brincar com jogos de encaixe, e carrinhos | -Discriminar cores -Melhorar a atenção | -Melhorar a coordenação motora grossa e fina |
-Brincar com objetos de tamanhos e texturas diferentes | -Discriminar formas e texturas -Melhorar a atenção | -Melhorar a coordenação motora -Melhorar o equilíbrio na posição sentado |
-Brincar com dominó de cores, figuras e números | -Discriminar cores, figuras e números -Melhorar a atenção | - Melhorar a coordenação motora -Melhorar o equilíbrio na posição sentado |
-Brincar de agrupar objetos de cores ou formas semelhantes: tampinhas coloridas, lápis de cor, botões, etc | -Discriminar cores -Discriminar semelhanças e diferenças dos objetos | --Melhorar a coordenação motora fina |
- Brincar de amarelinha | -Identificar números -Identificar quantidade | -Equilíbrio -Coordenação motora |
Quadro 1. Descrição das atividades lúdicas realizadas durante a intervenção.
REFERÊNCIAS
AUFRAVE, M. R. Aprender a brincar, aprender a viver:jogos e brinquedos para a criança deficiente, opção pedagógica ou terapêutica. São Paulo: Manole, 1987
BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura.São Paulo: Cortez, 1997.
______. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
CARVALHO, L.M.G. As atividades lúdicas e a criança com paralisia cerebral: o jogo, o brinquedo e brincadeira no cotidiano da criança e da família. 1998 Dissertação (Mestrado) – Universidade de Campinas, Campinas, 1998.
CHRISTIE, James F. Programme de jeux pour les structures prescolaires et les cours primaires. L’éducation par le jeu et l’evironnement, n.44, p. 3-6, 1991.
ELKONIN, D. B. Psicologia do jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
FONSECA, J. P. Educar, assistir, recrear: um estudo de objetivos da pré-escola. São Paulo: Editora da USP, 1981. (Estudos e Documentos).
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil.São Paulo: Pioneira, 1994.
LORENZINI, M. V. Brincando a brincadeira com a criança deficiente. Novos rumos terapêuticos. São Paulo: Manole, 2002.
PERES, R. C.N. o lúdico no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral espástica. 2003. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança.Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
VYGOTSKY,L. S. Dèfectologie et dèficience mentale. Paris: Delachauseet Diestlé, 1994.
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