terça-feira, 26 de abril de 2011

Ministério da Educação estuda uso de tablets nas escolas públicas



  Fonte: Abrelivros


Apesar da crescente evolução da tecnologia digital dos últimos anos, computadores portáteis, telas sensíveis a toque e internet continuam uma realidade distante da maioria das salas de aula do País.Para os especialistas, as novas ferramentas tecnológicas podem e vão mudar o modo de ensinar no futuro.
Com a popularização dos tablets - computadores portáteis sensíveis ao toque -, o Ministério da Educação decidiu, por sua vez, estudar como a ferramenta pode ser aproveitada em sala de aula.   
O ministro da Educação, Fernando Haddad, designou um grupo de técnicos do ministério para avaliar como essas novas tecnologias podem se tornar ferramentas didáticas em sala de aula e contribuir para a aprendizagem dos alunos.Até o fim de maio, esses especialistas entregarão um relatório completo sobre o tema nas mãos do ministro.  
O assunto se tornou mais importante depois do anúncio do investimento chinês na fabricação de tablets no País. Por trás do investimento chinês no Brasil, terceiro maior já feito no País por uma única empresa, está um enorme potencial de adoção de tablets no sistema educacional, público e privado.  
Para especialistas ouvidos pelo iG, a experiência inédita coloca a tecnologia como principal fio condutor da evolução entre sociedade e educação. Na opinião dos pesquisadores, o suporte de leitura nas escolas precisa acompanhar as mudanças da sociedade.
Revolução transforma mundo do papel em digital - "Estamos vivendo uma revolução e precisamos estar embarcados nelas. Estamos mudando o suporte escrito do papel para o digital. Há um saudosismo em relação ao livro, mas a tendência é o livro desaparecer.  
O conteúdo, no entanto, não desaparece", avalia Gilberto Lacerda, especialista em tecnologia da educação da Universidade de Brasília (UnB). Ele reconhece, no entanto, que a revolução que pode ser promovida por esse tipo de tecnologia tardará a chegar às escolas brasileiras, especialmente as públicas.
"É um trabalho árduo, porque a pobreza no País é imensa. Mas é importante que experiências como essas (de colocar essas ferramentas nas salas de aula) aconteçam, para que nossas crianças também estejam neste barco da evolução", afirma Lacerda. Há dificuldades a serem superadas nas escolas para que esse tipo de iniciativa se torne realidade, como o acesso à internet e a formação de professores.
Desde 2007, por exemplo, o governo federal financia iniciativas do projeto Um Computador por Aluno, disponível para apenas 150 mil alunos atualmente.
Depois de longas discussões sobre o preço e as condições para que esse material fosse levado às escolas, o governo liberou, no fim do ano passado, uma linha de crédito para que Estados e municípios possam adquirir essas máquinas.No futuro, porém, esses laptops poderiam ser trocados pelos tablets.  
"Os resultados que estamos encontrando nos experimentos realizados com o laptop em sala de aula, um para cada aluno e para cada professor, conectados em rede sem fio, são totalmente diferentes do modelo um computador para muitos alunos", conta Léa da Cruz Fernandes, uma das maiores especialistas do País em  tecnologias digitais na educação, que lidera o projeto nos estados do Sul e no Amazonas. Para ela, as práticas pedagógicas precisam ser inovadas com urgência, para se adaptar à nova cultura digital da sociedade.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Páscoa: Mensagem do Curso de Pedagogia FAIP


"PÁSCOA É DIZER SIM AO AMOR E A VIDA,
É INVESTIR NA FRATERNIDADE,
É LUTAR POR UM MUNDO MELHOR E VIVENCIAR A SOLIDARIEDADE"

ABRAÇOS
PROFA. REGINA






A Conae e a escola



Temas debatidos em âmbito nacional servem de base para discutir documentos internos, como o PPP

Juca Gil
Foto: Marcos Rosa
JUCA GIL
"A escola não cria leis, mas pode deliberar
sobre a elaboração ou alteração de seus
principais documentos."
Dúvidas sobre legislação educacional? Mande para nós.
Em abril deste ano, foi promovida a Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília, com representantes de todos os estados brasileiros e de entidades sindicais, estudantis e de diversos grupos que se dedicam à Educação. Vale lembrar que não se trata de iniciativa inédita, visto que nos anos 1980 e início da década de 1990 foram organizadas as Conferências Brasileiras de Educação (CBEs) e, de 1996 a 2003, ocorreram cinco Congressos Nacionais de Educação (Coned). Porém a Conae se diferencia em dois aspectos: a grande mobilização e organização preparatórias e a forte atuação do governo federal para sua realização.

A decidida intervenção do Ministério da Educação (MEC) garantiu recursos financeiros para a organização, a infra-estrutura e o peso político para aglutinar diversos atores sociais - também centralizou o tom dos debates, direcionando a pauta das discussões.

Na Conae, foram colocados os ambiciosos objetivos de elaborar um novo Plano Nacional de Educação (PNE) - que deve substituir o de 2001 - e de construir um Sistema Nacional de Educação, até hoje inexistente. As deliberações desse fórum não têm poder legal, mas levantam questões que podem se tornar objeto de projetos de lei, em âmbito nacional, estadual ou municipal. O mais provável é que a maioria dos pontos abordados na Conae conste do futuro PNE.

Entre as centenas de decisões tomadas, estão assuntos como a garantia de eleição direta para diretor das escolas públicas, a criação do ano sabático para os professores - uma licença-remunerada a cada sete anos de trabalho - para a realização de um plano de estudo, o estabelecimento da dedicação exclusiva docente a uma única instituição de ensino, a redução em 50% da carga horária do professor (sem perda de remuneração), ao atingir 50 anos de idade ou 20 de serviço, a construção de uma proposta pedagógica sobre gênero e diversidade sexual (visando eliminar quaisquer conteúdos sexistas e discriminatórios) e a inclusão, nos projetos político-pedagógicos, das "diversidades da juventude, com suas formas de participação, comportamentos, organização em grupos, linguagens e expressões".

Esses e outros aspectos do documento final da Conae podem ser discutidos pelas escolas e alguns deles nem sequer necessitam de legislação para ser colocados em prática. Uma boa iniciativa é realizar eventos periódicos que reúnam os diferentes segmentos representantes da comunidade escolar para debater e decidir questões relevantes. Isso se faz, por exemplo, com base em propostas elaboradas em conjunto entre os participantes do encontro e o Conselho de Escola, utilizando o material da conferência nacional como uma das fontes. A escola não cria leis, mas pode deliberar sobre a elaboração ou alteração de seus principais documentos: regimento escolar e projeto político-pedagógico (PPP).

Nas primeiras edições desses eventos, a chance de enfrentar dificuldades é grande. Mas é fundamental acreditar que esse é um processo positivo e, para isso, é necessário formar pessoas que dediquem seu tempo a pensar na coletividade, a ouvir e a convencer os outros e, ainda, a respeitar o divergente e a produzir consensos nesses contextos.